Como Gestor de Meio Ambiente , um trabalho interessante que desenvolvi
em uma usina de álcool&Açucar, foi a de aproveitar o excedente de levedura
que é naturalmente gerado nas dornas de fermentação.
A reprodução das cepas de Sacharomices
cervisae é exponencial , aumentando seu volume rápidamente e fatalmente ultrapassa as dimensões dos
tanques de reprodução/alimentação chamadas de dornas, volumes que ao invés de
ser tratado simplesmente como efluente, no meu projeto seria reaproveitado como
produto comerciável , que com alto teor proteico , é largamente utilizado na
industria de panificação, complemento alimentar de atletas, probióticos e
rações animais. A tonelada de levedura seca (8% de umidade) tem preço medio de US$1,000T, é muito procurado nos paises europeus como fonte proteica de rações animais. A fonte natural animal de proteinas na Europa está proibida devido áo virus da vaca louca , portanto, a levedura , de origem vegetal, é muito procurada para esta finalidade.
Buscando alternativas de tratamento da vinhaça, caracterizada pelo
elevado DBO DQO, constata-se que a carga de demanda de oxigênio é favorecida
pela presença de levedura, descartada na razão de 30% de sua produção, nas
dornas de fermentação, um procedimento normal que objetiva manter a qualidade do
álcool produzido na usina.
Então, por via indireta, o tratamento parcial da vinhaça seria então
segregar ou diminuir a presença de levedura na linha de efluentes da industria.
O plano então, foi de separar e tratar esta porção de levedura.
Optou-se pelo processo de secagem por convecção, ou seja, elevar a
temperatura indiretamente da massa (sem desnaturar a proteina) até atingir o seu ponto de evaporação, separando a água
livre das células , quase uma desidratação radical, mas manter intactas as
características proteicas nela contidas, de forma a obter o Maximo de
aproveitamento comercial final do produto.
Contatamos um fornecedor especifico fabricante deste sistema, apresentamos nosso projeto e em acordo de
parceria com a usina que cederia o produto e o vapor (fonte térmica) e o
fornecedor do equipamento, uma unidade móvel e técnicos para opera-la,
partiu-se para a realização dos ensaios.
As respostas à nossas perguntas do projeto, foram chegando rapidamente
e na conclusão dos testes, constatamos a total viabilidade técnica e econômica
de estruturar uma unidade de secagem de levedura na usina de álcool/açúcar.
Mais uma prova que estudar o efluente, o rejeito de um processo,
podemos encontrar formas de reaproveitamento e até geração de outro produto
comercial, antes simplesmente descartado, e contaminando o meio ambiente.
A seguir as fotos dos ensaios e dos resultados
práticos.
Entrando com a Unidade Movel de Secagem na Usina
A levedura apos ser centrifugada, pronta para ser bombeada para o secador
A levedura depois do processo de secagem, umidade de 8%
O processo de secagem é totalmente monitorado e controlado , auferindo desta forma um produto final com todas as melhores caracteristicas (umidade, granulometria e teor proteínico)
Levedura seca, pronta para uso em probioticos, vitaminicos e rações animais.
por Renato Ariboni, biologo
ariboni.renato@gmail.com
DIFICIL DE SE CHEGAR ATÉ ESTE PRODUTO FINAL CHAMADO LEVEDURA SECA.
ResponderExcluirObrigado pela visita ao blog, e pelo comentário. Complementando o comentário, informo que existem disponiveis atualmente equipamentos com tecnologia incorporada que permite secagens controladas , até a 99% , mantendo as características qualitativas do produto, que no caso da levedura, corresponde à parte proteica (45%) . A experiencia descrita utilizou justamente um tipo deste equipamento, pois o objetivo da experiência foi de desenvolver um novo produto para a empresa, Usina de Alcool e Açucar) , partindo de um RESÍDUO,normalmente descartado.
ResponderExcluir