04 setembro 2012

Levedura Fonte proteínica e conservadora ambiental


Como Gestor de Meio Ambiente , um trabalho interessante que desenvolvi em uma usina de álcool&Açucar, foi a de aproveitar o excedente de levedura que é naturalmente gerado nas dornas de fermentação. 
A reprodução das cepas de Sacharomices cervisae é exponencial  , aumentando seu volume rápidamente e fatalmente ultrapassa as dimensões dos tanques de reprodução/alimentação chamadas de dornas, volumes que ao invés de ser tratado simplesmente como efluente, no meu projeto seria reaproveitado como produto comerciável , que com alto teor proteico , é largamente utilizado na industria de panificação, complemento alimentar de atletas, probióticos e rações animais. A tonelada de levedura seca (8% de umidade) tem preço medio de US$1,000T, é muito procurado nos paises europeus como fonte proteica de rações animais.   A fonte natural animal de proteinas na Europa está proibida devido áo virus da vaca louca , portanto, a levedura , de origem vegetal, é muito procurada para esta finalidade.
Buscando alternativas de tratamento da vinhaça, caracterizada pelo elevado DBO DQO, constata-se que a carga de demanda de oxigênio é favorecida pela presença de levedura, descartada na razão de 30% de sua produção, nas dornas de fermentação, um procedimento normal que objetiva manter a qualidade do álcool produzido na usina.
Então, por via indireta, o tratamento parcial da vinhaça seria então segregar ou diminuir a presença de levedura na linha de efluentes da industria.
O plano então, foi de separar e tratar esta porção de levedura.
Optou-se pelo processo de secagem por convecção, ou seja, elevar a temperatura indiretamente da massa (sem desnaturar a proteina) até atingir o seu ponto de evaporação, separando a água livre das células , quase uma desidratação radical, mas manter intactas as características proteicas nela contidas, de forma a obter o Maximo de aproveitamento comercial final do produto. 
Contatamos um fornecedor especifico fabricante deste sistema,  apresentamos nosso projeto e em acordo de parceria com a usina que cederia o produto e o vapor (fonte térmica) e o fornecedor do equipamento, uma unidade móvel e técnicos para opera-la, partiu-se para a realização dos ensaios.
As respostas à nossas perguntas do projeto, foram chegando rapidamente e na conclusão dos testes, constatamos a total viabilidade técnica e econômica de estruturar uma unidade de secagem de levedura na usina de álcool/açúcar.
Mais uma prova que estudar o efluente, o rejeito de um processo, podemos encontrar formas de reaproveitamento e até geração de outro produto comercial, antes simplesmente descartado, e contaminando o meio ambiente.
A seguir as fotos dos ensaios e dos resultados práticos.


 Entrando com a Unidade Movel de Secagem na Usina



 A levedura apos ser centrifugada, pronta para ser bombeada para o secador


 A levedura depois do processo de secagem, umidade de 8%

O processo de secagem é totalmente monitorado e controlado , auferindo desta forma um produto final com todas as melhores caracteristicas (umidade, granulometria e teor proteínico) 

 Levedura seca, pronta para uso em probioticos, vitaminicos e rações animais.

por Renato Ariboni, biologo 
ariboni.renato@gmail.com